Um convite ao pensar

Um convite ao pensar
Filosofando e interagindo contigo.

domingo, 10 de outubro de 2010

Avesso - Jorge Vercilio

Linda letra, belíssima música!!



http://www.youtube.com/watch?v=4xnVSCy2Tlc&feature=related

Nós já temos encontro marcado


Eu só não sei quando

Se daqui a dois dias

Se daqui a mil anos

Com dois canos pra mim apontados

Ousaria te olhar, ousaria te ver

Num insuspeitavel bar, pra decência não nos ver

Perigoso é te amar, doloroso querer

Somos homens pra saber o que é melhor pra nós

O desejo a nos punir, só porque somos iguais

A Idade Média é aqui

Mesmo que me arranquem o sexo, minha honra, meu prazer

Te amar eu ousaria

E você, o que fará se esse orgulho nos perder?



No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar



No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar



O que eu sinto, meu Deus, é tão forte!

Até pode matar

O teu pai já me jurou de morte

por eu te desviar

Se os boatos criarem raízes

Ousarias me olhar, ousarias me ver

Dois meninos num vagão e o mistério do prazer

Perigoso é me amar, obscuro querer

Somos grandes para entender, mas pequenos para opinar

Se eles vão nos receber é mais fácil condenar

ou noivados pra fingir

Mesmo que chegue o momento que eu não esteja mais aqui

E meus ossos virem adubo

Você pode me encontrar no avesso de uma dor



No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar



No clarão do luar, espero

Cá nos braços do mar me entrego

Quanto tempo levar, quero saber se você

É tão forte que nem lá no fundo irá desejar

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mensagens de amigos do orkut

Mensagem da Profª Carla Mendes-18:04-Visível somente para amigos selecionados(Enviado pelo orkut para celular)

Fazer um céu (Mário Lago)



Fazer um céu com pouco a gente faz

Basta uma estrela,

Uma estrela e nada mais.

Pra ter nas mãos o mundo

Basta uma ilusão

Um grão de areia

É o mundo em nossa mão.

Sonhar é dar a vida nova cor,

Dar gosto bom às lágrimas de dor

O sol pode apagar, o mar perder a voz,

Mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.

Te adoro muito e p/ sempre!

Beijos!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

IV MOSTRA CIENTÍFICA DO CMLEM IRECÊ




Nos dias 16 e 17 de junho de 2010 - nos três turnos, os estudantes professores do colégio modelo de Irecê estarão realizando a sua IV Mostra Científica.


Compareça!



Congresso brasileiro de mamona


A comitiva do CETEP Irecê viajará dia 06/06/07 rumo a João Pessoa - PB para o congresso. Gostaria muito de ir também...
Visitem o blog do CETEP Irecê http://cetepdeirece.blogspot.com

Autopsicografia - Fernando Pessoa


Esse Fernando Pessoa soube dizer coisas que traduzem os nossos sentimentos, os nossos desassossegos e esta poesia traduz muito bem isso.


O poeta é um fingidor

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração

Adorei esta música


Marisa Monte

Gentileza


Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

A palavra no muro

Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Só ficou no muro

Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados

Pelas ruas da cidade

merecemos ler as letra

se as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto

a você no mundo

se é mais inteligente

o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola

A vida é o circo

Amor

palavra que liberta

Já dizia o profeta


Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Só ficou no muro

tristeza e tinta fresca

Por isso eu pergunto

a você no mundo

se é mais inteligente

o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola

A vida é o circo

Amor palavra que liberta

Já dizia o profeta.

Refletindo com Quintana


Jardim interior

Mário Quintana




Todos os jardins deviam ser fechados,


com altos muros de um cinza muito pálido,


onde uma fonte


pudesse cantar


sozinha


entre o vermelho dos cravos.


O que mata um jardim não é mesmo


alguma ausência


nem o abandono...


O que mata um jardim é esse olhar vazio


de quem por eles passa indiferente.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poesia para refletir







Cântico Negro
José Régio

‘Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.

Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, fdi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: <(vem por aqui»! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, - Sei que não vou por aí! _________________________________________ ANTOLOGIA POÉTICA José Régio – Edições Quasi - Lisboa – Portugal - 2001