Um convite ao pensar

Um convite ao pensar
Filosofando e interagindo contigo.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Mensagens de amigos do orkut

Mensagem da Profª Carla Mendes-18:04-Visível somente para amigos selecionados(Enviado pelo orkut para celular)

Fazer um céu (Mário Lago)



Fazer um céu com pouco a gente faz

Basta uma estrela,

Uma estrela e nada mais.

Pra ter nas mãos o mundo

Basta uma ilusão

Um grão de areia

É o mundo em nossa mão.

Sonhar é dar a vida nova cor,

Dar gosto bom às lágrimas de dor

O sol pode apagar, o mar perder a voz,

Mas nunca morre um sonho bom dentro de nós.

Te adoro muito e p/ sempre!

Beijos!

sexta-feira, 4 de junho de 2010

IV MOSTRA CIENTÍFICA DO CMLEM IRECÊ




Nos dias 16 e 17 de junho de 2010 - nos três turnos, os estudantes professores do colégio modelo de Irecê estarão realizando a sua IV Mostra Científica.


Compareça!



Congresso brasileiro de mamona


A comitiva do CETEP Irecê viajará dia 06/06/07 rumo a João Pessoa - PB para o congresso. Gostaria muito de ir também...
Visitem o blog do CETEP Irecê http://cetepdeirece.blogspot.com

Autopsicografia - Fernando Pessoa


Esse Fernando Pessoa soube dizer coisas que traduzem os nossos sentimentos, os nossos desassossegos e esta poesia traduz muito bem isso.


O poeta é um fingidor

Finge tão completamente

Que chega a fingir que é dor

A dor que deveras sente

E os que lêem o que escreve,

Na dor lida sentem bem,

Não as duas que ele teve,

Mas só a que eles não têm

E assim nas calhas de roda

Gira, a entreter a razão,

Esse comboio de corda

Que se chama coração

Adorei esta música


Marisa Monte

Gentileza


Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

A palavra no muro

Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Só ficou no muro

Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados

Pelas ruas da cidade

merecemos ler as letra

se as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto

a você no mundo

se é mais inteligente

o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola

A vida é o circo

Amor

palavra que liberta

Já dizia o profeta


Apagaram tudo

Pintaram tudo de cinza

Só ficou no muro

tristeza e tinta fresca

Por isso eu pergunto

a você no mundo

se é mais inteligente

o livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola

A vida é o circo

Amor palavra que liberta

Já dizia o profeta.

Refletindo com Quintana


Jardim interior

Mário Quintana




Todos os jardins deviam ser fechados,


com altos muros de um cinza muito pálido,


onde uma fonte


pudesse cantar


sozinha


entre o vermelho dos cravos.


O que mata um jardim não é mesmo


alguma ausência


nem o abandono...


O que mata um jardim é esse olhar vazio


de quem por eles passa indiferente.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Poesia para refletir







Cântico Negro
José Régio

‘Vem por aqui» — dizem-me alguns com olhos doces,
Estendendo-me os braços, e seguros
De que seria bom que eu os ouvisse
Quando me dizem: «vem por aqui»!
Eu olho-os com olhos lassos,
(Há, nos meus olhos, ironias e cansaços)
E cruzo os braços,
E nunca vou por ali...

A minha glória é esta:
Criar desumanidade!
Não acompanhar ninguém.

Que eu vivo com o mesmo sem-vontade
Com que rasguei o ventre a minha Mãe.

Não, não vou por ai! Só vou por onde Me levam meus próprios passos...

Se ao que busco saber nenhum de vós responde,
Por que me repetis: «vem por aqui»?
Prefiro escorregar nos becos lamacentos,
Redemoinhar aos ventos,
Como farrapos, arrastar os pés sangrentos,
A ir por aí...

Se vim ao mundo, fdi
Só para desflorar florestas virgens,
E desenhar meus próprios pés na areia inexplorada! O mais que faço não vale nada.

Como, pois, sereis vós
Que me dareis impulsos, ferramentas, e coragem
Para eu derrubar os meus obstáculos?...
Corre, nas vossas veias, sangue velho dos avós,
E vós amais o que é fácil!
Eu amo o Longe e a Miragem,
Amo os abismos, as torrentes, os desertos...

Ide! tendes estradas,
Tendes jardins, tendes canteiros,
Tendes pátrias, tendes tectos,
E tendes regras, e tratados, e filósofos, e sábios.
Eu tenho a minha Loucura!
Levanto-a, como um facho, a arder na noite escura,
E sinto espuma, e sangue, e cânticos nos lábios...

Deus e o Diabo é que me guiam, mais ninguém.
Todos tiveram pai, todos tiveram mãe;
Mas eu, que nunca principio nem acabo,
Nasci do amor que há entre Deus e o Diabo.

Ah, que ninguém me dê piedosas intenções!
Ninguém me peça definições!
Ninguém me diga: <(vem por aqui»! A minha vida é um vendaval que se soltou. É uma onda que se alevantou. É um átomo a mais que se animou... Não sei por onde vou, Não sei para onde vou, - Sei que não vou por aí! _________________________________________ ANTOLOGIA POÉTICA José Régio – Edições Quasi - Lisboa – Portugal - 2001